Hoje o sol brilha com força, iluminando todas as coisas do mundo.
Mas não sinto seu calor e sua luz, para mim, parece não iluminar todos os cantos.
Os pássaros não cantam ao meu redor
E ao redor de mim tudo parece pálido e sem vida.
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O vento sopra pelos ares espalhando terra e folhas por todos os cantos.
Estendo os braços para senti-lo e, quem sabe, ser levado por ele para longe daqui.
Queria sentir meus pés levantando-se do chão e meu corpo erguendo-se rumo às estrelas.
Mas, esse vento que me toca sequer balança as madeixas de meus cabelos.
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Olho para o mar e ele parece tão calmo, nem parece que abaixo dele há tanta vida.
Queria entrar na água e sentir as marolas rodearem minhas pernas.
O mar é tão firme em sua presença e, ao mesmo tempo, me causa tamanho medo.
Medo de sua força e intrepidez, de sua voracidade quando revolto.
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Mas é a terra que sempre me acolhe, ela que marca meus passos rumo a lugar algum.
É ela que recebe minhas lágrimas quando choro, que me serve de cama quando me deito.
Eu serei sempre parte dela e para ela voltarei quando o fim desta jornada chegar.
Quando isso acontecer, espero que seja com paz, não com a dor de um mundo que nos suga.
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O fogo que me acalenta quando no frio, é dele que sinto falta quando escrevo isto.
O mundo é um lugar sem vida e sem paixão, nos falta o fogo impassível do amor.
Queria sentir outra vez esse fogo a me envolver e tirar de mim todas as sombras que me deixam triste.
Sentir outra vez esse fogo que me faz me sentir vivo e como se tudo fosse possível.